domingo, 19 de outubro de 2008

Desabafo!

Os males do hoje

Eis uma população desamparada a sua própria culpa, relativa... Eis um planeta transfigurado a nada, como nunca fora, talvez, não pelo televisivo aquecimento global, mas sim pelo falecimento múltiplo dos cérebros que (sobre) vive-iam as constantes quebras de preceitos e valores que dignificavam – ainda que hipocritamente – a vida humana.
As tantas revoluções, guerras e protestos conseqüentes à evolução e engajamento cefálica e sócio-político do homem, geraram mais que mudanças e melhorias (já que nem sempre essas são sinônimas), trouxeram um outro plano, um outro mundo. Este novo mundo, o das co-relações sentimentais e relações profissionais, da inconstância tecnológica, das novas regras de vivência e novos conceitos de valores, não os do ser humano – quem a estas alturas já deve ter até outro nome – mais os valores do Real, Dólar e Euro.
Nessa nova Terra, os “roceiros” ainda ouvem o galo cantar as cinco (com o Sol já a pino), e sentem o cheiro da chuva – agora – precipitadas as quatro estações. Autuado por um crime que não cometera; o da poluição. Ora, desde quando usaram agrotóxicos, e emitira o CO²? Pobres, Miseráveis nem se quer assinam o próprio nome, usam o polegar. Vivem tão simplesmente; Plantam o que comem, fabricam o que usam e gastam o que os vem a necessitar, constituem o quinto elemento. Não mais humanos explicáveis pela rebuscada biologia das universidades, assemelham-se mais aos que esta – ainda – não ousou descobrir, E.H: os extra humanos, daí o “desconceito” para com os mesmos.
Resta (tentar) entender o que se passa com o humano, habitante da Terra, do concreto, do arranha céu, das fedidas e complexas periferias, dos minúsculos apartamentos e estonteantes mansões, consumidor das mídias, das melancias sem caroços (geneticamente alteradas, claro!), do MacDonald’s, dos fungos, da moda e da água doce (nosso futuro escasso – e necessário – diamante), usuários das e do microondas, da Ferrari, do iPhone, da Chanel, do computador, das piratarias e da maconha. Que ser é este? Não sei, nem pretendo saber, e não tenho raiva de ninguém, afinal, ninguém sabe.
O passar dos séculos procedido de suas descobertas e inventos, artificializaram bem mais que o suco de uva, artificializou o psicológico do homem, que nem mais sabe a que veio, o que quer ou mesmo de quem veio. Relativo, assim este se comporta, relativo a tudo, até mesmo a si próprio, coloca de lado o eu, e afaga o vão. Meio contraditório até, se bem que o nexo já deva ter morrido. Quem constrói famílias, e instrui cabeças antes que a sua esteja (ao menos responsavelmente) instruída, como em um castelo de dominó, onde uma peça mal usada coloca em xeque toda a estrutura proliferando o vírus da vez, a ignorância; que tende a agravar ainda mais o mau das sociedades, seja ela rica ou pobre, o mau do imediatismo egoísta, dado o corre-corre das metrópoles, que esvai dia-a-dia aqueles valores que nos levantava das cadeiras para ceder o lugar aos mais velhos, que nos fizera pegar o ultimo lugar nas filas e que nos emudecia ao vir à vontade de responder aos nossos pais. Inevitavelmente este mal levará a extinção o consciente e deixara os esqueletos, a criatura, grossa, feroz e só...
Não há fim do mundo, este já mostrara como pode se adaptar a climas adversos, não há necessidade de tanta pressa, as coisas acontecem em seu determinado momento (assim prega o Deus que nos rege), muito menos há necessidade de desespero, existem as exceções, e elas podem se procriar... Êba, ainda bem. Ainda resta a esperança, ela sempre imita a fênix (renasce das cinzas), devemos andar, refletir, ser mais tolerantes e responsáveis, não admitir que nos impunham mudança... Nem sempre ela será benéfica. Dar valor a terra e a Terra, como damos a nossa casa (ou apê), elementar; ela é nossa casa! Pretendemos morar – ainda nela – não em Marte, onde possivelmente haverá líquido, ainda que solidificado, e inexiste a biodiversidade (não só aquela verde, comercializada por aqui), mas de gente, de corpo e de mentes que afortunadamente evoluem.

Apagam-se as luzes.

Apagam-se as luzes

Passam por mim as madrugadas, turvas e gélidas.
Sopra em meu pescoço o vento seco da lua.
Meu pensamento voa, e voa... Logo, desce, e pousa.
Dentro do meu quarto estão estagnadas minhas coragens, meus concertos.
Ao meu lado, só a solidão e o tempo.
Dia este, já esta por ir, e aqui ainda estou - conformado.
Porque não estaria alegre?
Será que foi o choque das minhas estrelas com as asas que estivera a pousar.
Não, pouco provável diria: afinal, estas asas eram minhas, só minhas.
Não houve choque.
Sabe o que aconteceu? Enganei-me com o que acreditava que me fazia bem.
No fim acabei ficando mal, mau.
Algum tempo depois, sem sangue, sem álcool... Sem combustível, as velas apagaram.
Minhas estrelas reservas, que outro dia pensei que fossem veteranas... Decidiram que não iam nem fazer esforço para se acenderem... Fizeram o que menos esperava.
Saíram, pela porta da frente, da minha casa, de mim; brancas e escuras.
Apagadas na verdade, carentes de um corpo abastado de energias que em mim estavam escassas!


Viva o presente

De que adianta viver sonhando com algo que sequer sabemos se vai acontecer? Adianta nada, senão na perda de tempo, e conseqüentemente dos “presentes” que se esvaem no ar, sem terem sido usufruídos por conta dos tantos “amanhãs” – certo?
O mundo cobra cada vez mais tudo, de todos, numa velocidade semelhante a da luz, quem não se desdobrar para cumprir tantas condições e admoestações “ta fora dele”. Obvio que ninguém sonha com isto, então: releva-se o futuro ao presente. Vive-se como num conto maniqueísta, onde o mocinho(a) finda feliz após rotas de agruras e ações genuínas...doutrinaram o homen ao estoicismo. Haja faculdades e empregos temporários...Ninguém se mata de estudar por que gosta, tampouco madruga no tele marketing por que tem afeição a tele-vendas. Então, faze-los (Estudos e trabalhos desconfortáveis) por quê?
Depende, se você – ama – e pretende ser um neurocirurgião, dificilmente chegará lá sem no mínimo quinze anos de livros e dores de cabeça; se ter um quarto e sala decorado e puder ter um cão (ou um gato), cartão de crédito com um limite razoável, for bom pra outrem, o telemarketing é uma opção – com dois turnos claro! Não dá para esquematizar a felicidade de fulano e cicrano, porém estes não devem fazer do hoje um nada, há o meio termo. Abdicar um momento de felicidade hoje, pensando no amanhã é tolice, o destino é brutalmente variável, há um ditado que diz: “antes um pássaro na mão que dois voando”? Pois é, cada um sabe do tamanho de sua rede, mais não da potência das asas dos pássaros.
Nada vale estar de olhos fechados pensando no que provavelmente poderá acontecer. Ganhe tempo, viva acordado com o sonho que é estar vivo, planeje, sonhe...mais viva o agora – você encontrará uma maneira! A relatividade é sinônima do futuro, tanto para o bem quanto para o mal. E em via de regras, ninguém quer ficar ou estar triste; então relevemos as relatividades – ou seja, os futuros – à condição de estar-mos felizes, no presente que por si só se define.


Até mais.

Pego-me a questionar Deus, os porquês são inevitáveis; dentre eles, o porque da morte é o que mais instiga inconformidade. De que serviriam tantos percalços, tantas alegrias... De que adiantariam tantas preocupações e tantas responsabilidades se no fim sedemos nosso lugar ao vão da dor, e conformidade a ela – a morte. Sinto-me ferido, meio órfão... Triste. A conseqüência da vida, levara para o plano azul-eterno uma estrela, que a meu ver, merecia brilhar um pouco mais aqui em nosso plano, porém Deus a quis ao seu lado... Fazer o que senão chorar e se conformar com a ausência de seu brilho mais próximo.
Deste mundo não carregamos nada, senão a lembrança do que vivemos; a certeza do que fomos, e a vontade de estar mais um segundo ao lado de quem amamos. Porém nem sempre da tempo, as vezes, nem da tempo de se despedir; aí a dor é ainda maior.
Quando isto acontece é como se retirassem um órgão nosso corpo ao dormirmos, dando-nos anestesia. Quando acordamos sentimos dor duas vezes, pela falta e pela incisão em nosso corpo; embora saibamos que a eternidade seria mínima para a despedida, conformaríamos mais se pudesse-mos contar com ela – à eternernidade.
Não tenho duvidas de que você, tia Cláudia, esta em um lugar maravilhoso, cheio de paz, diferente deste mundo de guerras e monstruosidades que se constrói aqui em meu plano. Este mundo parece não ser para gente do bem como você, por isso conformo-me com sua partida.
Conto agora com sua luz lá de cima; ajude-me a aceitar a dor que é não poder te dar um abraço apertado ao te ver na rua, e a acostumar-me a não ter-la para bater um papo descontraído sobre as nossas novidades, dói muito não te ter mais aqui, vai continuar doendo até o dia que eu também for chamado pelo nosso Pai – Deus. Ficam saudades, e lembranças da quarta série, da banca e de seu mantra sempre que me via com Djara: “Eita, dupla imbatível”... A dor é inevitável, você realmente é especial para mim, nunca te esquecerei. Digo: é especial, porque anjos não morrem, como já havia dito, só mudam de plano. Obrigado por tudo, “até mais”, em breve nos veremos... Afinal, a única coisa que há de eterno no meu e no seu novo plano é o amor que se guarda. Te amo!

Saudades